Este texto é o primeiro de uma segunda vida do presente blog. Um texto em tal posição deve
sempre assumir o cargo de dar a conhecer a razão da sua existência, portanto, de
proceder à exposição do objectivo que com o blog
se pretende atingir. Sucede que tal exposição é tanto mais difícil quanto não se
tenha um objectivo perfeitamente delineado, como acontece in casu. De onde que resta somente a via da descrição do âmbito que
levou à sua criação.
Um dos desígnios do meu intelecto é a tentativa de alcance de uma percepção
total e objectiva da realidade. Trata-se de uma viagem por caminhos atribulados
e incertos, onde, as mais das vezes, as nossas próprias crenças surgem como
verdadeiros muros de Berlim separando duas realidades: a percepcionada por nós
e a verdadeiramente existente. Por vezes o muro é tão alto (as crenças estão de
tal modo enraizadas em nós) que passo mais tempo a superar cada muro do que a
chegar ao seguinte. Nesta minha viagem tenho particular gosto em ir redigindo
as várias conclusões que vou atingindo. Mas essa redacção tem igualmente uma
razão prática: a tentativa de percepção da realidade abrange uma tal vastidão
em matérias que esse caminho tem de ser percorrido por uma técnica de unpuzzle, que, por sua vez, necessita de
ser acompanhada pela escrita, sob pena de se perder o fio à meada. O objectivo
último será o de, analisadas todas as peças (se tal for alcançável), se
proceder à reconstrução do puzzle a
fim de se obter uma análise abrangente de toda a realidade.
É neste âmbito que se encontra o presente blog. Ele não é mais do que a publicação de alguns textos cujas
folhas se foram acumulando em casa. Tendo-os aí amontoados, porque não os dar a
conhecer? Desvantagens não parecem existir, e pode até se suceder ter alguém o interesse
em se sentar neste transporte e acompanhar-me na viagem.
Por fim uma nota quanto à imagem de fundo do presente blog. Uma biblioteca enquanto manifestação
máxima do conhecimento e intelecto do ser humano, quer pela paz e tranquilidade
que proporciona, indispensáveis ao pensamento, quer pelos livros que alberga e que
constituem exteriorização tradicional da capacidade do ser humano em transmitir
informação. No meio da sala um sofá para conferir algum conforto ao meio de
transporte do cérebro.
Bruno Miguel dos Santos Carrilho Tabaio
24 de Agosto de 2014
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